A cidade de São Bento é destaque quando se trata do Sistema de Escuta Especializada, formado por uma Rede que garante a Proteção de Direitos de Crianças e Adolescentes vítimas de violência ou que testemunharam atos dessa natureza. Nesta terça-feira (25), representantes de 110 municípios da Paraíba, engajados no Selo Unicef, se reuniram no encontro Acolher e proteger: Como promover espaços de escuta de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência em evento na Escola Estadual Cidadã Integral Técnica Chiquinho Cartaxo (ECIT), em Sousa.
São Bento foi a primeira cidade da Paraíba a implantar o sistema. O prefeito Dr. Jarques Lúcio enfatiza que esse trabalho já vinha sendo desenvolvido desde o início de sua gestão, no ano de 2017, quando a cidade passou do patamar de atenção básica para atenção especializada.
“Nós começamos a identificar toda a problemática que existia na cidade relacionada à violência, especificamente à criança e ao adolescente, e começamos um passo a passo que vamos mostrar aqui essa experiência exitosa. É um orgulho para o nosso Sertão estar sendo pioneiro e um orgulho principalmente para São Bento, um pioneiro na escuta especializada na Paraíba, e também uma das primeiras cidades a ter de fato na prática no Nordeste inteiro”, disse o prefeito.
Para Valeska Dantas, Secretária de Desenvolvimento Humano e Social do município, instituir a Escuta Especializada em São Bento representa um marco para o Sertão.
“Essa escuta traz uma proposta de diminuir a revitimização da criança através da qualificação da escuta e com isso proporcionar a proteção da criança minimizando a violência”, pontuou.
Corinne Sciortino, oficial de proteção contra violência da UNICEF, destaca a importância do encontro para capacitação de gestores e técnicos de municípios que participam do Selo UNICEF para a implementação da Lei da Escuta Protegida.
“Ela traz procedimentos como da escuta especializada e o depoimento especial, que são procedimentos que os municípios e os serviços da rede de proteção precisam estar preparados para fazer, para esse atendimento de crianças que sofrem violência, então, quando uma criança sofre uma violência, o atendimento precisa ser ágil e humanizado, para que não ocorra a revitimização, que é quando uma criança precisa relatar a violência que sofreu várias vezes para várias pessoas diferentes […]”, explicou.
A assistente social Ana Claúdia da Associação de Defesa da Educação, Saúde e Assistência Social enfatiza a escuta especializada feita pelos serviços componentes da rede protetiva.
“Ele tem como objetivo apoiar tecnicamente os municípios para que eles implementem a Lei da Escuta Protegida nos seus municípios. A Lei da Escuta Protegida ela vem na perspectiva de proteção às crianças e adolescentes contra revitimizações, que eram práticas comuns de acontecerem no processo de proteção e atendimento a essas crianças, pelas gestões municipais e sistema de garantia, sistema de justiça e sistema de polícia”, enfatizou a profissional.