O núcleo de inteligência montado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022 servirá de modelo para o novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no combate ao crime organizado.
O modelo é de fácil implementação, já foi testado na prática e deu excelentes resultados. Cada região do país indica um coronel da PM e um delegado do setor de inteligência para o núcleo, que conta também com representantes da Polícia Federal.
O objetivo, como definiu o TSE, é "coletar dados e processar informações". Traduzindo: as instituições de segurança passam a compartilhar informações, diminuindo a desconfiança e rivalidade entre as corporações.
Elas não entregam seus bancos de dados umas para as outras, mas a prática mostrou que trabalham bem desta maneira. Outro efeito importante é promover uma efetiva integração das polícias estaduais com o governo federal. O núcleo coloca todos no mesmo barco.
As indicações dos coronéis e delegados são feitas pelo Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia, entidades que tendem a ganhar mais prestígio nos próximos anos.
A ideia de criação do núcleo do TSE foi do ministro Alexandre de Moraes, amigo pessoal do futuro secretário Nacional de Segurança Pública Mário Sarrubbo. O núcleo mostrou-se essencial para evitar tentativas de agitação no meio policial, que era uma das apostas de Bolsonaro para dar um golpe.